domingo, 19 de agosto de 2012

"O aphartheid não tem raça"


O sociólogo moçambicano Carlos Serra está a desenvolver, com o título em epígrafe, uma série de posts acerca do já chamado Massacre de Marikana.
Enquanto o motor aquece, vai fornecendo os links de muitos textos pertinentes para compreender aquilo que se passa.

Irei acompanhar atentamente, aqui, e sugiro que o façam também.
Os primeiros posts da série estão aqui , aqui, aqui e aqui.

Neste quarto post, «Entretanto, vários canais noticiosos e analíticos têm apresentado os mineiros por um lado como meros joguetes de dois sindicatos em luta e, por outro, como fautores de desordem, como um rio violento por natureza. Muito raros são aqueles que têm procurado situar os trabalhadores não em epítetos mas na vida real, em relações sociais concretas, entre as margens que, afinal, os comprimem.»

sábado, 18 de agosto de 2012

Os idos de 1940's


Houve juízes entusiasticamente dispostos a fazerem parte dos Tribunais Plenários, e continua a haver juízes sempre prontos a prestimosamente vergarem a espinha aos desejos e desenrasques dos poderosos e ricos.

Existiram os seus paralelos espanhois e continuam a existir os que entusiasticamente afastam Garzan, a bem da impunidade moral e memorial da barbárie fascista.

Havia empenhados juízes nos processos-farsa soviéticos da década de 1940 e continua a haver pressurosos instrumentos dos desejos de qualquer poderoso que esteja no Kremlin.

Talvez seja uma profissão atractiva para dejectos humanos, a par de para muita outra gente que a honra.
Mas as ordens e as leis esdrúxulas que lhes dão espaço vêm de outros lados. De tiranos, ou de aspirantes a inimputáveis e/ou tiranetes justificados pelo voto.

"Nossa Senhora, livra-os do Putin!"

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Tempos e cores


A polícia anti-motim da África do Sul disparou com metralhadoras sobre grevistas da mina de platina Lonmin em Marikana, uma das maiores do mundo e situada a cerca de 100 kilómetros de Joanesburgo.
Um repórter sul-africano presente no local contou 18 cadáveres, em resultado desses disparos.
Confrontos anteriores ocorridos durante a greve contabilizavam já 10 mortos, desde o início da semana.

Esta notícia não é de 16 de Agosto de 1992, nem de 1982, nem de 1972. É de hoje.
Mas, como diz Nic Borain, só nos tempos do apartheid se podem encontrar paralelos com uma actuação policial e estatal como esta.
É claro que,  agora, os polícias são bastante mais escuros e os que neles mandam também. Tal como são mais escuros muitos dos muito ricos da África do Sul.

O que, imagino, descansará muito boa gente.
E levará mesmo alguns a milagres de malabarismo, para justificarem acontecimentos como este.
Poderão, até, juntar-se às preocupações da pobre empresa mineira, que se queixa amargamente da quantidade de platina e lucros que está a perder com a greve...

(mais informações aqui, aqui e aqui)